Tudo parece indicar que o governo holandês pretende reduzir o orçamento da Radio Nederland em muito mais do que era previsto. Trata-se de uma decisão inapropriada e contraproducente. Dolorosa para nosso público na América Latina, mas também para a Holanda.
Aparentemente, a Holanda está se recuperando bem da crise econômica internacional, mas o futuro trará uma série de graves problemas: a idade média dos cidadãos é muito superior à prevista há 20 anos. Devido a isso, em um futuro próximo as aposentadorias não poderão ser pagas, já que um número decrescente de trabalhadores terá que custear o benefício de cada vez mais aposentados. Os gastos com saúde também excedem todas as previsões.
Paralelamente, há vários países membros da União Europeia com sérios problemas. São destinados muitos milhões de euros a Grécia, Portugal e Irlanda. Essas ajudas também beneficiam a Holanda porque, caso esses países quebrem, o euro desaba.
É compreensível que o governo holandês tente cortar custos para poder conservar os serviços sociais de seus cidadãos. Trata-se de um arrocho de bilhões de euros e, naturalmente, a Radio Nederland também tem que contribuir com seu grãozinho de areia.
Há alguns dias, a direção da Radio Nederland apresentou um plano para suspender as atividades jornalísticas em holandês e fechar duas retransmissoras de ondas curtas. Isso significaria o desaparecimento de cem postos de trabalho e uma redução de dez milhões no atual orçamento anual de 46 milhões de euros.
No entanto, segundo uma notícia circulada na imprensa essa semana, o governo holandês reduziria drasticamente o orçamento da Radio Nederland. Não ficaria nem sequer uma quinta parte dos recursos. Isso quer dizer que não apenas a existência do Departamento Latino-Americano está em perigo: aparentemente há quem creia que a Radio Nederland não é mais necessária na América Latina, já que há democracia em todo o continente. Certamente que, como diretor do Departamento Latino-Americano, não compartilho dessa opinião. Muito menos como indivíduo.
Antes de assumir este cargo, em 1º de maio deste ano, percorri a América do Sul e América Central por seis meses em uma van, partindo da Terra do Fogo, na Argentina, até a fronteira entre o México e os Estados Unidos. Durante todo o trajeto, os bate-papos com moradores locais me confirmaram que, em muitas situações, a Radio Nederland faz a diferença. A informação que difundimos é imprescindível para que muitos possam formar a própria opinião. Com essa informação, não apenas se supera um atraso de informação, mas também se reforça a democracia.
Durante essas viagens também ficou claro que, graças às retransmissões de centenas de rádios afiliadas e à página na internet, nossa Radio Nederland é muito conhecida no continente. Os empresários falam entusiasmados sobre o 'portal' para a Europa que lhes oferecemos; políticos e cidadãos estimam o alto grau dos 'valores holandeses' por nós divulgados, como o respeito aos direitos humanos, ao desenvolvimento e ao direito internacional.
Não pode ser mera coincidência que, no ano passado, a Holanda tenha sido o maior investidor na América Latina, ficando apenas atrás dos Estados Unidos e à frente da China e demais países europeus.
Especialmente agora, que o governo holandês decidiu fechar várias embaixadas na América Central e América do Sul, o portal que a Radio Nederland oferece é mais importante do que nunca para a Holanda. Porque a importância econômica do continente latino-americano é grande e só tende a aumentar com o passar dos anos.
* Wim A. E. Jansen é diretor do Departamento Latino-Americano da Radio Nederland
Aparentemente, a Holanda está se recuperando bem da crise econômica internacional, mas o futuro trará uma série de graves problemas: a idade média dos cidadãos é muito superior à prevista há 20 anos. Devido a isso, em um futuro próximo as aposentadorias não poderão ser pagas, já que um número decrescente de trabalhadores terá que custear o benefício de cada vez mais aposentados. Os gastos com saúde também excedem todas as previsões.
Paralelamente, há vários países membros da União Europeia com sérios problemas. São destinados muitos milhões de euros a Grécia, Portugal e Irlanda. Essas ajudas também beneficiam a Holanda porque, caso esses países quebrem, o euro desaba.
É compreensível que o governo holandês tente cortar custos para poder conservar os serviços sociais de seus cidadãos. Trata-se de um arrocho de bilhões de euros e, naturalmente, a Radio Nederland também tem que contribuir com seu grãozinho de areia.
Há alguns dias, a direção da Radio Nederland apresentou um plano para suspender as atividades jornalísticas em holandês e fechar duas retransmissoras de ondas curtas. Isso significaria o desaparecimento de cem postos de trabalho e uma redução de dez milhões no atual orçamento anual de 46 milhões de euros.
No entanto, segundo uma notícia circulada na imprensa essa semana, o governo holandês reduziria drasticamente o orçamento da Radio Nederland. Não ficaria nem sequer uma quinta parte dos recursos. Isso quer dizer que não apenas a existência do Departamento Latino-Americano está em perigo: aparentemente há quem creia que a Radio Nederland não é mais necessária na América Latina, já que há democracia em todo o continente. Certamente que, como diretor do Departamento Latino-Americano, não compartilho dessa opinião. Muito menos como indivíduo.
Antes de assumir este cargo, em 1º de maio deste ano, percorri a América do Sul e América Central por seis meses em uma van, partindo da Terra do Fogo, na Argentina, até a fronteira entre o México e os Estados Unidos. Durante todo o trajeto, os bate-papos com moradores locais me confirmaram que, em muitas situações, a Radio Nederland faz a diferença. A informação que difundimos é imprescindível para que muitos possam formar a própria opinião. Com essa informação, não apenas se supera um atraso de informação, mas também se reforça a democracia.
Durante essas viagens também ficou claro que, graças às retransmissões de centenas de rádios afiliadas e à página na internet, nossa Radio Nederland é muito conhecida no continente. Os empresários falam entusiasmados sobre o 'portal' para a Europa que lhes oferecemos; políticos e cidadãos estimam o alto grau dos 'valores holandeses' por nós divulgados, como o respeito aos direitos humanos, ao desenvolvimento e ao direito internacional.
Não pode ser mera coincidência que, no ano passado, a Holanda tenha sido o maior investidor na América Latina, ficando apenas atrás dos Estados Unidos e à frente da China e demais países europeus.
Especialmente agora, que o governo holandês decidiu fechar várias embaixadas na América Central e América do Sul, o portal que a Radio Nederland oferece é mais importante do que nunca para a Holanda. Porque a importância econômica do continente latino-americano é grande e só tende a aumentar com o passar dos anos.
* Wim A. E. Jansen é diretor do Departamento Latino-Americano da Radio Nederland
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